quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

DOAR E VOLUNTARIAR

DOAR E VOLUNTARIAR

Caros amigos,
Estive ontem visitando o Rodrigo Leitão, criança de 11 anos que se encontra em tratamento de leucemia no Centro Pediátrico do Câncer, anexo ao Hospital Albert Sabin. E, ao contrário de tantas notícias e impressões negativas acerca do atendimento público nesses centros hospitalares, tudo impressionou-me na primeira visita.

Logo que cheguei, parecia que adentrava a um hospital privado: assoalho e paredes limpas, recepcionistas simpáticas e atenciosas e equipamentos modernos e funcionais.

Quando cheguei ao 3º andar, onde se encontrava meu primo, vi uma enfermaria de cores vivas e alegres. Armário revestido e sobre ele uma TV de LCD de 32 polegadas sintonizada em desenhos animados, arrancava sorrisos daquelas crianças com tão graves enfermidades.

Ao lado de cada leito, uma mãe com uniformes azuis de acompanhantes, determinadas, cheias de cuidado e amor para com seus filhos.

As preocupações maternas não eram mais tão pesadas, pois foram divididas com  assistentes sociais, médicos e voluntários.

Fiquei feliz por me deparar que ainda existem excelentes médicos, enfermeiros e auxiliares que, alheios à cor dos salários, mostravam sua total dedicação e carinho para com aqueles pequenos pacientes.

O hall ventilado purificava o odor hospitalar e ventilava melhor nossos corações, mostrando-nos que ainda vale a pena ser doador ou voluntário e acreditar que há instituições sérias e comprometidas.

Havia ao lado de meu primo uma outra criança. Deve ter seus 8 aninhos. Carequinha, sorridente e portador de uma válvula no cérebro recém implantada para amenizar fortíssimas dores decorrentes de hidrocefalia, provavelmente pelo avançado estágio do câncer. E, desprezando toda esta gravidade lá estava ele:
-“Tio, não se preocupe, não fiquei com raiva de você por ter trazido presente só para o Rodrigo! – Também, o senhor não sabia que eu estava aqui, né!”
Disse então ao Renan:  - Verdade, Renan, vamos tirar uma foto para sempre me lembrar de você! Agora trarei um brinquedo para você também”
-“Obrigado, tio”!.... Sabia que hoje rezei para todos os médicos e tias para que eles não fiquem doentes e que continuem cuidando de todas as crianças deste hospital! E que logo logo vou para casa?!

Depois fiquei sabendo com muita comoção que o Renan já tem a doença avançada e com metástase. Por isso, vez por outra a mãe dele saía rapidamente do leito para que o filho não notasse seus olhos molhados.

Dali saí emocionado pela fé e beleza do espírito daquela linda criança: Renan!

Dali saí menos preocupado com o tratamento de meu primo, pela fé, calma e confiança presentes tanto nele quanto em sua mãe.

Dali saí orgulhoso dos profissionais que fazem daquele centro pediátrico um exemplo de dedicação, profissionalismo e amor ao próximo. Sejam advindos de empresas contribuintes, médicos, enfermeiros, terapeutas, psicólogos, auxiliares, recepcionistas e zeladores.

Dali saí consciente de que quando contribuirmos para essas instituições, deveremos visitá-las, pois daí teremos mais prazer em dar continuidade com nossa ajuda quando vemos nossa pequena atenção ser transformada em amor e cura daquelas crianças.

Forte abraço a todos.
Luiz Lopes Filho

10/02/2014