segunda-feira, 3 de novembro de 2014

Lembranças Póstumas III

Lembranças Póstumas III
Orlando ao lado de Felipe Aguiar acenando e Chico Pinto de camisa marrom 

Hoje é dia daqueles que partiram para a casa do Pai Eterno. Tantos já se foram e, em nome deles, homenageio minha tia Terezinha Taumaturgo que tão recentemente foi ao encontro de Deus, deixando-nos com tantas saudades!
Algumas percorreram longa estrada e, quando as encontramos, já estavam de saída. Outros, ainda nos primeiros passos da vida, passaram para o outro lado.
Lembro-me de tantos. Assim como minha tia-madrinha, a partida de meu compadre, primo e amigo Evandro Filho ainda aviva minhas tristezas e, ao mesmo tempo, a lembrança de sua maneira alegre e veloz de viver. Seu espírito aventureiro pela velocidade segue analogia da partida do Felipe Aguiar onde a velocidade fora substituída pela liberdade extrema de saltar, de viver ao extremo da alegria ou pela defesa intangível da família como foi a motivação da partida do Carlinhos da Tia Antonieta Melo Soares.


Evandro Filho 
Estas atitudes e ações de cunho impulsivo e heróico traem no silêncio e na letargia de nossos ouvidos.
É desta forma que meus finados estão presentes: em suas lembranças, em suas marcas alegres e edificantes neste plano mundano e a Deus peço-lhes paz:
Na honestidade de meus avós José Calixto e Antônio Teófilo;

No amor incondicional de minha tia Terezinha Memória Taumaturgo Lopes;

Na firmeza da Dona Aidan, minha tutora quando jovem estudante;
No respeito e amizade a meus grandes professores Coronel Felizardo de Paula Pessoa Mendes, Coronel Nunes, Major Studart, Julian Hull, Coronel Lomônaco, Coronel Prado e o inesquecível franco professor de português: Parlevu;
Na alegria constante dos primos Felipe Lopes Aguiar, Carlos Melo Soares, Zé Augusto George Rocha e, Evandro Filho;
Na brilhantina e boa apresentação do Seu Juvenal, pai do amigo Paulo Araújo.
Nos sorrisos serenos da Dona Sinhá Taumaturgo, Dona Mariinha Freitas e de Dona Terezinha Furtado, mãe do Luís Júnior;
No trabalho social de Dona Mariinha Sá;
Na irreverência cômica da Dona Antonieta Bôto Cruz e de Dona Artemísia Lemos;
Na simplicidade do Dr Assis Martins;
Na simpatia do Seu Manim, pai do dileto amigo Dr Hermenegildo Farias Filho.
No zelo e amor ao próximo do Gerardim Doido (doidos somos todos nós; o Gerardim era fraterno, tão somente isto!);
Na inteligência de nosso compositor momino Mestre Piru, meu primo e filho do Seu Filemón;
Na cultura de Edmar Bezerra e no empreendedorismo educacional de Edson Bezerra;


Na humilde e honesta lidas de Seu Joaquim Morais em sua padaria e de Seu Zeca Alves em seu armazém;
No profissionalismo do amigo eletricista Tarciso;
Na vida simples e desprendida  de Gerardo Braga e do amigo Bandido (cidadão que tinha todas as qualidades, menos de bandido);
Na amizade e franqueza do Pretim Rodrigues, pai de nosso amigo Raimundo;
Nas rondas de Seu Dionísio, zelando pelo Reriutaba Clube;
No labor de meu primeiro dentista, Dr Osvaldo Lemos;
Na humildade prestável de Yayá Taumaturgo;
Na meiguice e amizade de nossa prima Maria Alice Soares; Dona Nair Paulino, do inesquecível amigo Antenor Paulino e do amigo Abílio César;
Na afeição sincera e silenciosa de Seu Demarzinho, pai de meu grande amigo Zé Aldemar Mesquita;
No profissionalismo incansável e materno estendido pelas mãos santas de Dona Maria Portela que deu as primeiras boas-vindas a muitos conterrâneos;


No trabalho saudoso e prestável de Seu Joca e de Chico Eudes;
Na probidade e cidadania de Seu Nóbrega, nobre coletor;
No orgulho sadio do sincero Zé Mourão;
Na amizade de Seu Otávio Torres, pai de meu amigo Chico Torres. Dele ganhei de presente minha primeira calculadora com display de leds, algo bizarro e ultratech para a época;
Na amizade sincera do "cumpade" de meu pai, Otávio Mororó que se orgulhava de seu filho  Washington, avisando previamente que o mesmo seria médico, mesmo ainda cursando a segunda série do primeiro grau; mostrando destarte sua altivez e amor paterno.
E, quando meu pai o repreendia dizendo:
“_Cumpade quem é este seu filho que vai se formar em Medicina?
Ele logo o retrucava: _“ora, Cumpade Lulu, é o Washington”
_Washington, meu afilhado? Ele ainda faz a 2ª série!
- Ora, cumpade Lulu, você já viu algum médico que não tenha cursado a 2ª série do primeiro grau?”
De Seu Antônio Mororó do Posto, homem probo e trabalhador;
Do "cumpade" do papai, Antônio Mororó, que sonhava um dia ir à Santa Quitéria em estrada asfaltada e achava que isto não vivenciaria (tinha razão!);
Na amizade de Seu Antônio Ximenes e de Seu Salim, sempre presentes em minha casa nos jogos de baralho com meu pai;
De Gerson Bertoldo em sua lida diária, transportando os malotes bancários;
Do Manoel Linhares Pé Sêco, esposo da Aurinha com sua caminhonete pegando os cariocas que chegavam de Horizonte (empresa de ônibus) no Ponto do Françuar;
Na juventude ceifada do divertido Mairton Castro;
Nos acordes do Raimundo Paiva em tardes de sábado no seu alpendre lá na Santa Cruz Velha;
No bom atender em seu bar: saudoso João Abraão;
Na humildade de Seu Manoel Linhares, BolaAeto e Vieirinha;
No alfabetizar incansável da tia Beatriz e de Dona Irene Ximenes;
“É uma satisfação” no sorriso constante do Dodó Passos,
Na amizade familiar dos tios Deusdedit, Sitônio, Osmundo e Ita;

Nas cômicas repentes do padrinho tio Assis Lopes e de Gerardo Nel;
Na folia do Seu Saldanha, tio Assis e do Locha Taumaturgo em dias de carnaval;
Na companhia agradável do amigo Fernando Taumaturgo;


Fernando Taumaturgo

Do primo Marcondes Soares, meu peixe nas tardes de carnaval do Reriutaba Club;
Na beleza de Elice;
Na hilárica franqueza do tio Fernando Taumaturgo, Atibones e Dona Tintinha; 


Tio Fernando Taumaturgo à esquerda
Na firmeza e educação de Seu Zé Edmilson Aguiar;
Na sadia irreverência do Seu Zé Taumaturgo e na paciência de Dona Geny Bezerra;
No respeito e humildade do ourives amigo Laércio;
Na matura amizade do Seu Adjemir Castro;
Nos ensinamentos religiosos do Monsenhor Ataíde Vasconcelos;
Na fé familiar da tia Djanira e na simplicidade do tio Pedro Teodoro;


Na sinceridade do amigo Chico Pinto, defensor da coisa pública e antagonista do neoliberalismo tassista;
Dos motes e ditados do Diassis da Loja com seus chevetes e leruás;
Da alegria do pequeno Manilim e de Luís Filho do Luís Fulô;
Dos versos e irreverência do Zé Aldir do Seu Coquim;
Da central telefônica do Seu Alderico Magalhães;
De seu Tomé Moreira, sentado à tardinha na calçada de minha rua;
Do uniforme claro do honesto e sincero parente Seu Zezé da Dona Lessinha;
Na presteza ímpar do Seu Firmino a quem tenho apreço infinito;
Na gentileza e nos passos de forró do Seu João Vapor;
No carinho infantil do Careta e do Curicaca;
Na serenidade dos seus Chaguinhas (“da loja e do bar”), Dona de Lourdes, Dona Tonha Lucca e Dona Lilioza;
Nos passos guiados de Seu Raimundo Honório e do Seu Antônio Gama que tinha uma reverência enorme a meu pai;
Na ébria alegria do Denizar, Cumbuca, Louro Preto, Zé Miguel e Careca;


Denizar
Nos foles do jovem sanfoneiro Xuxa;
Nos estridentes e fortes gritos do leiloeiro Chico Rosendo nas noites de agosto;
Nos inúmeros pacotes  e malas do Seu Doquinha ao embarcar no trem para Fortaleza;
Na matutice admirável e respeituosa de Chiquim Galvão e Moniquinha em manhãs de feira de sábado;
Na vaidade política do grande prefeito Ivan Rego; na representatividade de Albano Veras e Davi Morais;





Ivan Rego  
Enfim, de todos aqueles reriutabenses que deixaram seu legado na alegria, na humildade, no trabalho, na fé e na amizade. Sejam humildes e esquecidos, sejam agraciados e lembrados.

Sempre haverá um desses reriutabenses ocultos nestas linhas, mas que merecem nosso apreço e  respeito!

Deus os tenha!