quinta-feira, 25 de setembro de 2014

Parabéns, minha cidade!

Parabéns, minha cidade!



Hoje aniversaria minha terra natal, Reriutaba!

Lembro-me que no dia 07 de dezembro de 1978 olhei para trás com os olhos cheios de lágrimas e a deixei para estudar em Fortaleza. 

As lágrimas escorriam pelo canto dos olhos, enquanto eu sentia que pelos meus dedos escapuliam meus natais, meu carnavais, meus são joãos, meus banhos de Juré. Ali era a tênue e forte linha temporal que me separava da infância e de minha terra.

Naquela época, pela carência de transportes e de comunicação, parecia que viajaríamos para um destino muito remoto. E quão remoto era nossa capital! Os trezentos quilômetros estirados pelos trilhos da estação do Seu Saldanha até a estação do Seu João Felipe nos faziam muito saudosos.

Durante um ano, voltava ao berço somente nas duas férias e na semana santa. Dinheiro contado, muitas lições e tarefas diárias também contribuíam para isto. Seu Firmino amenizava esta distância, trazendo no corujão de domingo para segunda uma carta de minha mãe em papel róseo contando as novidades, um pacote de camarão sossego do Araras, cinco quilos de chã de dentro comprada no seu Hico Pinto e doce de buriti da serra.

Todos os dias, quando terminavam as tarefas diárias, olhava o pôr-do-sol e imaginava-o escondendo-se por trás da serra que emoldurava o poente de minha rua 25 de Setembro! A rua que exatamente homenageia nossa cidade.

Rua que sempre se mostrou duplicada exatamente porque o trem assim a deixou. De um lado, as casas que iam do bar do seu Valdemar Vieira até a casa do seu Quim, do Zé Mourão, do seu Demar, da Dona Tonha Luca, dos Balacós, do tio Sitônio, da tia Anúsia e do Ivan Rego. Do outro lado, as casas que iam do Laércio, do Seu Valmir Braga, do seu Filemon, da casa dos meus avós, do seu Zezé, do bar do Tiúba, da oficina do Seu João Vapor, da sapataria do Seu Doquinha, do mercado público, da farmácia do tio Assis, da casa da Dona Abigail, dos armazéns do seu Luís Taumaturgo, da minha casa, dos vizinhos seu Joaquim Furtado e tia Antonieta e terminava com as flores do jardim da dona Artemísia. 

Esta é a rua dupla, esta é a Rua 25 de Setembro que representa Reriutaba pelo saudosismo de seus moradores que já partiram e também pelos que ali se fazem presentes e fortes.

Nossa cidade é exatamente isto, um conjunto de ruas 25 de Setembro que também se chamam de Rua Alaíde Ramos, Monsenhor Ataíde Vasconcelos, Dr. Osvaldo Lemos, Luís Taumaturgo, Edmilson Aguiar, José Teodoro, Pedro Rodrigues, Raimundo Gomes, Beatriz Lopes dentre outras que muito gostaríamos de que também lembrassem-nos de ilustres moradores que já se foram. 

Do pé-de-serra à Amanaiara, do Campo Lindo ao Riacho das Flores, nossa cidade é exatamente isto, um conjunto de famílias simples, honestas e simpáticas que nos deixam vestidos de um sadio orgulho.

Parabéns Reriutaba! Viva 25 de Setembro!