terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Viva a Vida.



Apenas repassando uma profunda mensagem de autoria desconhecida....

O que tem na maleta?


Um homem morreu.
Ao se dar conta, viu que Deus se aproximava e tinha uma maleta com Ele.
E Deus disse:
- Bem, filho, hora de irmos.

O homem assombrado perguntou:
- Já? Tão rápido?
Eu tinha muitos planos...

- Sinto muito, mas é o momento de sua partida.
- O que tem na maleta?
Perguntou o homem.

E Deus respondeu:
- Os seus pertences!!!
- Meus pertences?
Minhas coisas, minha roupa, meu dinheiro?

Deus respondeu:
- Esses nunca foram seus, eram da terra.

- Então são as minhas recordações?
- Elas nunca foram suas, elas eram do tempo.

- Meus talentos?
- Esses não pertenciam a você, eram das circunstâncias.

- Então são meus amigos, meus familiares?
- Sinto muito, eles nunca pertenceram a você, eles eram do caminho.

- Minha mulher e meus filhos?
- Eles nunca lhe pertenceram, eram de seu coração.

- É o meu corpo.
- Nunca foi seu, ele era do pó. 

- Então é a minha alma. 
- Não!
Essa é minha.

Então, o homem cheio de medo, tomou a maleta de Deus e ao abri-la se deu conta de que estava vazia...
Com uma lágrima de desamparo brotando em seus olhos, o homem disse:
- Nunca tive nada?

- É assim, cada um dos momentos que você viveu foram seus. 
A vida é só um momento... 
Um momento só seu!
Por isso, enquanto estiver no tempo, desfrute-o em sua totalidade.

Que nada do que você acredita que lhe pertence o detenha...

Viva o agora!
Viva sua vida!

 E não se esqueça de SER FELIZ, é o único que realmente vale a pena!  
As coisas materiais e todo o resto pelo que você luta fica aqui.

VOCÊ NÃO LEVA NADA! 

Valorize àqueles que valorizam você, não perca tempo com alguém que não tem tempo para você.



Passe esta bela reflexão a todos que você gosta neste mundo e desfrute cada segundo vivido.

É isto que você vai levar.

                                                                               











sábado, 26 de janeiro de 2013

Tio Tonico


Apenas Repassando


Eu não tenho Tio Tonico, nem mais sequer qualquer tio da parte de meu pai.
Conheci quase todos: Tio Assis, meu padrinho a quem lhes alcunhavam como Assis Calixto. Uma pessoa brincalhona, carnavalesca e que herdou o dom farmacêutico de meu avô José Calixto.
Tio Osmundo a princípio conhecido como o senhor da bomba de gasolina, depois como aquele teimoso cardiopata de uma honestidade ímpar e de bom coração.
O Tio Sitônio, inteligente e teimoso, a quem me tinha especial dedicação (trabalhava no IBGE da cidade, mas que também cedo partiu).
O Tio Deusdedit, marido dedicado, filho exemplar, pai que fazia tudo que os filhos queriam, por tão somente ser bom demais, mas que queria mais bem a mim que aos filhos (acho pelo simples motivo de também gostar muito dele).
Tio Marmiro, este conheci já perto de partir e que não teve a alegria de reviver Reriutaba, pois foi-se embora de casa ainda rapazinho e nunca mais retornou  ao lar e;  por fim o Tio Silva, a quem cabia as honras de sempre ajudar aos pais e que longa vida teve em relação aos demais.
Num certo dia fui ao Rio de Janeiro com meus pais para visitá-lo e, qual surpresa: foi embora para o além sem esperar por nós, nada avisando, nada deixando. Viveu, morreu,  saudades não levou nem deixou, da mesma forma que nosso Tio Vicente que também não conheci, mas que era muito querido por meu pai.
Deixo para falar por último de duas tias minhas: a Tia Beatriz que foi um ícone na educação de muitas crianças da cidade, alfabetizando com carinho e dedicação tantos e tantos meninos da minha querida terra e a Tia Julita, a quem muito serviu à minha avó materna Deolinda Lopes em seus cuidados pessoais.

Nem sei o porquê deste prólogo referenciando tantas pessoas do lado familiar de meu pai, talvez porque sempre os vi a serem remediados, a terem preocupação com pressão alta e por conviver com seu pai, o tão pacato, competente e bondoso farmacêutico José Calixto.

Não tive a alegria de conhecer meu avô paterno, tão conhecido como Zé Calixto, aquele que tinha uma farmácia para ajudar a todos, não para lucrar, não para vender fórmulas.

E o motivo deste prólogo é uma antítese às atitudes profissionais de meu avô Zé Calixto, pois hoje ficamos doentes pelo exagero de tantos exames, de tanta farmacologia.

Não quero de forma alguma minimizar o bom trabalho de nossos atuais farmacêuticos e médicos de boa índole e de boa formação técnica, mas exatamente protestar contra a forma exacerbada de alguns médicos e planos de saúde que nos recomendam exames e receituários em demasia para satisfazer à indústria médico-farmacêutica com comissões paralelas em detrimento de nosso bem estar clínico e financeiro.

E aqui vai uma história paradigma de meu hipotético tio Tonico. Estava bem de saúde,até que sua esposa, minha tia Marocas, a pedido de sua filha, minha prima Totinha, disse:
-Tonico, você vai fazer 70 anos, está na hora de fazer um check-up com o médico.
- Para quê, estou me sentindo muito bem!
-Porque a prevenção deve ser feito agora, quando você ainda se sente jovem, disse minha tia.

Então meu tio Tonico foi ver um médico.  O médico, sabiamente, mandou-o fazer testes e análises de tudo o que poderia ser feito e que o plano de saúde cobrisse.

Duas semanas mais tarde, o médico disse que os resultados estavam muito bons, mas tinha algumas coisas que podiam melhorar. 

Então receitou:

Comprimidos Atorvastatina para o colesterol, Losartan para o coração e hipertensão, Metformina para evitar diabetes, Polivitaminas para aumentar as defesas. Norvastatina para a pressão, Desloratadina em alergia.

Como eram muitos medicamentos, tinha que proteger o estômago, então ele indicou Omeprazol e um diurético para os inchaços.

Meu tio Tonico foi à farmácia e gastou boa parte da sua aposentadoria em várias caixas requintadas de cores sortidas.

Nessas alturas, como ele não conseguia se lembrar se os comprimidos verdes para a alergia deviam ser tomadas antes ou depois das cápsulas para o estômago e se devia tomar as amarelas para o coração antes ou depois das refeições, voltou ao médico.  Este lhe deu uma caixinha com várias divisões, mas achou que titio estava tenso e algo contrariado.  Receitou-lhe, então, Alprazolam e Sucedal para dormir.

Naquela tarde, quando ele entrou na farmácia com  as receitas, o farmacêutico e seus funcionários fizeram uma fila dupla para ele passar através do meio, enquanto eles aplaudiam.
Meu tio, em vez de melhorar, foi piorando.

Ele tinha todos os remédios num armário da cozinha e quase já não saia mais de casa, porque passava praticamente todo o dia a tomar as pílulas.

Dias depois, o laboratório fabricante de vários dos remédios que ele usava, deu-lhe um cartão de “Cliente Preferencial”, um termômetro, um frasco estéril para análise de urina e lápis com o logotipo da farmácia.

Meu tio deu azar e pegou um resfriado.  Minha tia Marocas, como de costume, fez ele ir para a cama, mas, desta vez, além do chá com mel, chamou também o médico.

Ele disse que não era nada, mas prescreveu Tapsin para tomar durante o dia e  Sanigrip com Efedrina para tomar à noite. Como estava com uma pequena taquicardia, receitou  Atenolol e um antibiótico, 1 g de Amoxicilina. A cada 12 horas, durante 10 días.  Apareceram fungos e herpes, e ele receitou  Fluconol com Zovirax.

Para piorar a situação, Tio Tonico começou a ler as bulas de todos os medicamentos que tomava, e ele ficou sabendo todas as contra-indicações, advertências, precauções, reações adversas, efeitos colaterais e interacções médicas.

Leu coisas terríveis.  Não só poderia morrer mas poderia ter também arritmias ventriculares, sangramento anormal, náuseas, hipertensão, insuficiência renal, paralisia, cólicas abdominais, alterações do estado mental e um monte de coisas terríveis.

Com medo de morrer, chamou o médico, que disse para não se preocupar com essas coisas, porque os laboratórios só colocavam para se isentar de culpa.

- Calma, seu Tonico, não fique aflito, disse médico, enquanto prescrevia uma nova receita com um antidepressivo Sertralina com Rivotril 100 mg.  E como titio estava com dor  nas articulações deu Diclofenac.

Nessa altura, sempre que o meu tio recebia a aposentadoria, ia direto para a farmácia, onde já tinha sido eleito cliente VIP.

Chegou um momento em que o dia do pobre do meu tio Tonico não tinha horas suficientes para tomar todas as pílulas, portanto, já não dormia, apesar das cápsulas para a insônia que haviam sido prescritas. 
Ficou tão ruim que um dia, conforme já advertido nas bulas dos remédios, morreu!

No funeral tinha muita gente mas quem mais chorava era o farmacêutico.

Agora tia Marocas diz que felizmente mandou titio para o médico bem na hora, porque se não, com certeza, ele teria morrido antes.
 
Este e-mail é dedicado a todos os meus amigos, sejam eles médicos, farmacêuticos ou pacientes.

Qualquer semelhança com fatos reais será “pura coincidência”

sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Divina Proporção


O Pi e o Phi : no mínimo, interessante!

Este texto tem autoria desconhecida, mas seu teor foi bastante divulgado na web, em revistas  e em textos científicos.

Busquei a inserção de alguns trechos com meu ponto de vista. De qualquer sorte, o importante é a curiosidade extraída destes dois símbolos gregos representados pelas letras PI e FI, como assim as pronunciamos.

O número “π” é o irracional mais famoso da história, com o qual se representa a razão constante entre o perímetro de qualquer circunferência e o seu diâmetro.
Equivale a 3.141592653589793238462643383279502884197169399375... A este trem de algarismos sequenciados, chamamos de uma dízima periódica, uma representação decimal de um número no qual um conjunto de um ou mais algarismos repete-se indefinidamente, a começar de certa ordem decimal. O Pi é conhecido "vulgarmente" como 3,1416. 

Já o número (φ) Phi (letra grega que se pronuncia "fi") apesar de não ser tão conhecido, tem um significado muito mais interessante. Durante anos o homem procurou a beleza perfeita, a proporção ideal e esta beleza divina é gerenciada por este número tão pouco difundido.
Os gregos criaram então o retângulo de ouro. Era um retângulo, do qual havia-se proporções do lado maior dividido pelo lado menor e a partir dessa proporção tudo era construído.

O famoso monumento grego foi feito com base nesta equação: a proporção do retângulo que forma a face central e lateral. A profundidade dividida pelo comprimento ou altura, tudo seguia uma proporção ideal de 1,618 (para os mais afetos à matemática, vale a pena relembrar a demonstração áurea)

Um dos mais antigos  momentos já visto é o Parthenon Grego (entre 447 e 433 aC), templo representativo do século de Péricles, contém a razão de ouro no retângulo que contem a fachada (largura/altura ), isso nos revela a preocupação de realizar uma obra de alta beleza e harmonia. O arquiteto e construtor dessa obra foi Fídias. Como já sabemos, a inicial do nome do arquiteto é a letra (φ) que é designada para denotar o número áureo.

Na foto abaixo, tive a oportunidade de visitar o Pathernon na antiga Grécia e, muito embora, em ruínas, ficamos encantados com a magnitude da arquitetura e proporcionalidade de sua volumetria.



Os egípcios fizeram o mesmo com as pirâmides cada pedra era 1,618 menor do que a pedra de baixo, a de baixo era 1,618 maior que a de cima, que era 1,618 maior que a da 3ª fileira e assim por diante.

Durante milénios, a arquitetura clássica grega prevaleceu. O retângulo de ouro era padrão, mas depois de muito tempo veio a construção gótica com formas arredondadas que não utilizavam o retângulo de ouro grego.

No ano de 1.200, Leonardo Fibonacci, um matemático que estudava o crescimento das populações de coelhos, criou aquela que é provavelmente a mais famosa sequência matemática, a Série de Fibonacci. A partir de 2 coelhos, Fibonacci foi contando como eles aumentavam a partir da reprodução de várias gerações e chegou a uma sequência onde um número é igual a soma dos dois números anteriores:  1 1 2 3 5 8 13 2134 55 89...
1
1+1=2
2+1=3
3+2=5
5+3=8
8+5=13
13+8=21
21+13=34
E assim por diante...

Aí então entra a primeira "coincidência" : a  proporção de crescimento média da série é...1,618. Os números variam, um pouco acima às vezes, um pouco abaixo, mas a média é 1,618, exatamente a proporção das pirâmides do Egito e do retângulo de ouro dos gregos.
Vai daí, essa descoberta de Fibonacci abriu uma nova idéia de tal proporção que os cientistas começaram a estudar a natureza em termos matemáticos e começaram a descobrir coisas fantásticas.
- A proporção de abelhas fêmeas em comparação com abelhas machos numa colmeia é de 1,618;
- A proporção que aumenta o tamanho das espirais de um caracol é de 1,618;
- A proporção em que aumenta o diâmetro das espirais sementes de um girassol é de 1,618;
- A proporção em que se diminuem as folhas de uma árvore a medida que subimos de altura é de 1,618;

Observamos que esta proporção fora descoberta por Fibonacci, mas foi criada Divinamente.

Nas galáxias as estrelas se distribuem em torno de um astro principal numa espiral obedecendo à proporção de 1,618. E por isso o número Phi ficou conhecido como "A DIVINA PROPORÇÃO".

Os historiadores descrevem que foi a beleza perfeita que Deus teria escolhido para fazer o mundo? Bom, por volta 1500, com a vinda do Renascentismo, à cultura clássica voltou à moda... Michelangelo e, principalmente, Leonardo da Vinci, grandes amantes da cultura pagã, colocaram esta proporção natural em suas obras.

Mas Da Vinci foi ainda mais longe. Ele, como cientista, pegava cadáveres para medir a proporção do seu corpo e descobriu que nenhuma outra coisa obedece tanto a DIVINA PROPORÇÃO do que o corpo humano, obra prima de Deus. Por exemplo:
- Meça sua altura e depois divida pela altura do seu umbigo até o chão. O resultado é 1,618.
- Meça seu braço inteiro e depois divida pelo tamanho do seu cotovelo até o dedo. O resultado é 1,618.
- Meça seus dedos, ele inteiro dividido pela dobra central até a ponta ou da dobra central até a ponta dividido pela segunda dobra. O resultado é 1,618.
- Meça sua perna inteira e divida pelo tamanho do seu joelho até o chão. O resultado é 1,618;
- A altura do seu crânio dividido pelo tamanho da sua mandíbula até o alto da cabeça.O resultado é 1,618.
Da sua cintura até a cabeça e depois só o tórax. O resultado é 1,618.

Tudo, cada osso do corpo humano é regido pela Divina Proporção. Seria Deus, usando seu conceito maior de beleza em sua maior criação feita a sua imagem e semelhança?
Coelhos, abelhas, caramujos, constelações, girassóis, árvores, arte e o homem.  São coisas teoricamente diferentes, todas ligadas numa proporção em comum.

Então até hoje essa é considerada a mais perfeita das proporções. Meça seu cartão de crédito, largura/altura, seu livro, seu jornal, uma foto revelada. Mas lembre-se: considere erros de medida da régua ou fita métrica que não são objetos acurados de medição.

No final, nada o homem cria, apenas descobre, apenas encontra paulatinamente as soluções dos problemas neste livro Divino, a cada dia que vira uma página, a cada dia que nasce. Para tanto, basta navegar, caminhar, estudar e sempre persistir.

E quando uma página divina é lida e virada, deparamo-nos com o acenar de novos conceitos científicos, de novas fórmulas, de novos medicamentos, de novas tecnologias que possam melhorar nossa qualidade de vida.

Luiz Lopes Filho, 25/01/13

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Antes de Partir


Não sou tão assíduo ao cinema de um modo geral. Às vezes quando saio do trabalho, enfrento o trânsito da Antônio Sales e estaciono numa locadora para me desligar da programação rotineira da tevê.

Minha vista não busca banners contendo formatos dramáticos, amorosos ou de comédia. Meu estilo é ação, policial e, vez por outra, histórico. Nestes dias estava pensando distante, preocupado com as mesmas coisas que se repetem todos os anos: contas, trabalho, obras, compromissos; quando minha esposa apontou para a mesa da sala e disse: - Assista a este filme, talvez você passe a se cobrar menos, a se dar mais tempo, a aproveitar coisas simples. – Relaxe!

Passaram-se dois dias e, finalmente encontrei um tempinho para assistir a tal filme. Seu título em português: Antes de Partir. Na capa dois atores de peso: Morgan Freeman e Jack Nicholson. E assim me imergi naquele enredo. Minha mente, como uma conselheira invisível me punha naquele imaginário e involuntariamente ali estava eu a tomar o lugar dos protagonistas. Puxa...Deus me livre! Respondia à minha conselheira.  Mas o bom senso, doutro lado me dizia: então faça isto agora, não espere acontecer coisas ruins e imprevistas para cuidar de si.

Cuidar de si não significa propriamente sair feito maluco viajando ou gastando irresponsavelmente seu tempo e economias com restaurantes caros, lugares exóticos ou coisas desta estirpe, mas aproveitando coisas simples da vida como brincar com sua filha no chão; sentar-se sem pressa numa mesa para tomar café com tapioca sem olhar para o relógio; deitar-se depois do almoço e desligar-se das obrigações por tão somente meia-hora. Digo: meia-hora!. Porque há um amigo meu João Carlos que conta a história de um preguiçoso que após almoçar se encostava por ali e por aqui e acabava dormindo até 4 da tarde. Ao acordar, esticando-se os braços para cada lado, dizia: - Puxa vida, meu Deus! Onde vocês estavam que não me acordaram? E agora: “onde vou encontrar sono para a noite?”.  

No final do filme a emoção se presencia em qualquer pessoa, pois é ali que nossa orelha é puxada para que respeitemos a vida, buscando trilhá-la sem stress, sem egoísmos, com perdão e também com trabalho sadio que nos proporcione conforto e segurança ao final de cada dia.

Aconselho a meus leitores a assistir ao filme “Antes de Partir”, porque pode ser tarde para descobrir que o ontem não mais voltará.

É bastante difícil apontar precisamente no que se resume a vida de uma pessoa. Alguns dizem que são as amizades que deixou; outros dizem que é a fé que teve; outros quantas mulheres amou; outros quanto dinheiro juntou; outros quantos lugares conheceu e muitos dizem que nenhum sentido a vida tem.

Já penso que a vida se resume no que você fez de bom aqui e esta medida é realizada pela quantidade de pessoas que admiram suas ações.
Alfim, seja como você mede sua vida, o importante é que você tem que viver mais do que a vida lhe dispõe.

Pensei no que gostaria de realizar também antes de partir e para tal preciso começar a realizar agora, pois não sei quantas fichas há no meu bolso, pois todo dia 31 de dezembro gasto uma mais.

Para os egípcios, entrar no céu de Horus e Seth, depende de sua resposta para estas duas perguntas: a primeira é se você teve alegrias em sua vida e a segunda é se você fez alguém feliz. Se você responder positivamente, você terá seu passaporte carimbado para o céu.

Logicamente e, a priori, rogo a Deus pela descoberta da cura de doenças como o câncer, a hepatite, as degenerativas e para que tenhamos mais igualdade e paz social. Mas, no depender mais de minha pessoa e de um pouco de sorte, poderia elencar algumas coisas que gostaria de fazer ou presenciar antes de partir, até mesmo plagiando alguns desejos do Carter e do Cole:

Eis minha “Lista da Bota”:

1)    Publicar um livro (já tô tentando);
2)    Possuir um Aston Martin Rapide (já tô tentando);
3)    Fundar uma instituição de caridade;
4)    Participar da formatura de minha filha;
5)    Aprender a pilotar avião;
6)    Fazer um vôo espacial;
7)    Ser premiado na loteria (já tô tentando);
8)    Trabalhar apenas 3 dias por semana (já tô tentando);
9)    Ajudar sem interesse a um desconhecido;
10)  Correr uma maratona (já tô tentando);.
11)  Terminar de conhecer as sete maravilhas do mundo moderno, que são: Grande Muralha (China); Taj Mahal(Índia); Cristo Redentor(Brasil), Migração do Serengueti(Tanzânia); Ilhas Galápagos(Equador); Grand Canyon(USA); Machu Picchu(Peru). (já tô tentando);



Carter Chambers (Morgan Freeman) é um homem casado, que há 46 anos trabalha como mecânico. Submetido a um tratamento experimental para combater o câncer, ele se sente mal no trabalho e com isso é internado em um hospital. Logo passa a ter como companheiro de quarto Edward Cole (Jack Nicholson), um rico empresário que é dono do próprio hospital. Edward deseja ter um quarto só para si, mas como sempre pregou que em seus hospitais todo quarto precisa ter dois leitos para que seja viável financeiramente, não pode ter seu desejo atendido pois isto afetaria a imagem de seus negócios. Edward também está com câncer e, após ser operado, descobre que tem poucos meses de vida. O mesmo acontece com Carter, que decide escrever a "lista da bota", algo que seu professor de filosofia na faculdade passou como trabalho muitas décadas atrás. A lista consiste em desejos que Carter deseja realizar antes de morrer (“ou bater as botas”). Ao tomar conhecimento dela Edward propõe que eles a realizem, o que faz com que ambos viagem pelo mundo para aproveitar seus últimos meses de vida.



terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Nestes últimos 30 anos.


Meus momentos pelos últimos 30 anos.

Há 30 anos exatamente ingressava em meu primeiro emprego como bancário aprendiz neste banco de fomento. Foi um período difícil, tendo que conciliar o curso de habilitação bancária com a conclusão do segundo grau. Havia saído do Colégio Militar de Fortaleza e estava numa turma de alunos dali egressos e agora estudando no Colégio Geo Batista, um mix de pré-vestibular do Geo-Studio, Master e Batista.

Havia outro problema. Meu pai não concordava com minha decisão de ir trabalhar em banco, quando já havia passado para as escolas militares: Aman, Escola Naval e Academia da Força Aérea. Ainda havia naquela época uma certa tendência de os pais quererem que seus filhos seguissem a carreira militar, talvez por resquícios presentes dos governos militares, talvez pela segurança e status ainda presentes nas insígnias dos oficiais das forças armadas.

Não sei se minha decisão me empurrou para um destino melhor ou pior. Talvez tenha sido melhor adotar o banco como meu trabalho e conciliar com o curso de engenharia civil. De certa forma, esta simbiose laboral deu certo.

Trabalhava na área de processamento de dados de cinco da tarde às onze da noite e tinha o dia todo para cursar engenharia na UFC e também para estagiar na construção de um edifício lá na rua Monsenhor Bruno. Houve um período que trabalhava de madrugada de 23 às 7 da manhã, dali seguia para a UFC pela manhã e estagiava durante à tarde, prosseguindo na cultura alemã até dezenove horas.

Restavam-me 3 horas de sono por dia. Esta rotina me presentou no final com uma pneumonia aguda que quase me acaba. Era um corre-corre, mas valia a pena não ter tempo para nada.

Graduamo-nos em engenharia civil em 1990 numa época de restrição de financiamentos habitacionais e de carência de empregos. No banco, havia um caminho para seguir carreira técnica e na minha área. Por sorte, saíu o edital para concurso interno para engenheiros e arquitetos. Com a aprovação, passei a exercer atividades técnicas no banco como engenheiro civil, construindo novas agências, reformando prédios antigos e também preservando-os com boa manutenção.

Em mais de quinhentas viagens, percorri milhares de quilômetros seja por terra, água e ar, de Norte a Sul, de Leste a Oeste,  mas trilhando com maior frequência pelo Nordeste. Acompanhei e fiscalizei muitos projetos financiados pelo banco: siderúrgicas, indústrias têxteis, fábricas de cimento, jazidas de granito, indústrias de reciclagem, estradas, usinas eólicas, galpões industriais, shoppings centers e, creiam até construção de cemitérios e crematórios modernos. Também participei de muitos cursos de aperfeiçoamentos proporcionados pela empresa, dando-me a oportunidade de saber um pouco do quanto nada sabemos.

Pelos idos de 1992 estava reformando uma agência em Codó-MA, quando caí de uma coberta de mais de 8 metros de altura. Por sorte fiquei preso na estrutura de madeira do prédio e foi este meu primeiro acidente de trabalho.

Ainda em 1992 por diversas vezes, participei do Fora Collor. Isto porque ficava em Brasília aguardando um vôo durante todo o dia e, neste interim, ía para as manifestações Fora Collor. Acho que ía mais olhar as belas caras pintadas das universitárias brasilienses. Estava acompanhando a construção da agência do banco em Corrente no sul do Piauí. Ali naquela região do Gurguéia. Mas, para lá chegar não havia acesso melhor senão pela capital federal. Assim, pegava um vôo até Brasília cedinho e ficava lá o dia todo aguardando um vôo regional pela companhia Brasil Central: um bimotor turbo-hélice EMB-120 Brasília da Embraer que comportava aproximadamete 18 passageiros. Vôo conturbado que pousava após de duas horas de turbulências em Barreiras no oeste baiano. De lá, seguia por via terrestre. Parecia que nunca chegaria ao destino.

Em 1994 passei um período na Bahia, acompanhando empreendimentos industriais em Salvador e região metropolitana. Fui até a Caixa Prego, sim é verdade e não é somente adágio popular. O nome correto do local é Cacha Pregos, uma pequena vila de pescadores localizada no município de Vera Cruz, na Ilha de Itaparica, no estado da Bahia. A Praia esta localizada do outro lado da ilha de Itaparica em relação à cidade de Salvador. É possível chegar através de uma ponte (Ponte do Funil) que liga o município de Vera Cruz ao município de Jaguaripe no continente, ou tomando transporte marítimo a partir de Salvador e seguindo pela estrada a partir do terminal marítimo de Bom Despacho.

Em Salvador ficava hospedado na Praia de Jardim de Alah, pois o hotel era modesto e ficava próximo à orla e ao restaurante Kimuqueca....pense no melhor prato de lá?!. Foram muitos dias em terras soteropolitanas.

Em 1995 fui acordado numa pousada familiar pelo fuçar de um animal. Não havia mais aposentos ao chegar tarde da noite, a dona da pousada me disponibilizou uma rede na varanda. Pulei assustado às seis da manhã com uma porca me catucando pelo fundo da rede...Meu Deus onde vim parar?! Estava em Catolé do Rocha na Paraíba.

Em 1995 fiquei hospedado numa escola pública cercada por policiais protegendo os hóspedes, pois naquela semana haviam assassinado o juiz e o promotor daquela cidade pernambucana e a cidade estava cercada por traficantes daquelas plantações marginais do Velho Chico. Estava em Floresta-PE e muito assustado. Meu Deus, o que estou fazendo aqui???. Naquela noite ainda saímos para uma pizzaria para jantar. Pedi o cardápio quando o garçom me retrucou de imediato: “Só tem carne di bodi”. Égua, o que estou fazendo aqui??

Em 1996 fazia um roteiro misto:  aéreo até Juazeiro do Norte num bimotor Caravan da antiga companhia cearense TAF e de lá percorria Salgueiro, Serra Talhada, Garanhuns, Arcoverde durante toda semana a serviço. Lá pela 6ª feira chegava em Recife e resolvia passar o final de semana por lá em farras merecidas.

Mas onde mais aterrisava era em Teresina e São Luís. De lá muitos roteiros terrestres fiz, conhecendo cada metro de estradas piauienses e maranhenses. Adorava retornar à Teresina e aguardar um velho VASP que vinha de São Paulo e pousava às 23:55 já pronto para voltar à Fortaleza. Meus amigos do Piauí me apresentaram a famosa Beth Cuscuz onde vez por outra por ali passava....em segurança e cautela, claro.

Em 1994, estava em Esperantina no Piauí quando conheci um velho senhor representante de produtos de um famoso moinho cearense e que se dizia amigo de conhecidos meus. Ofereceu-me carona até Teresina, onde iria embarcar naquele dito vôo da VASP para Fortaleza. Fui até a agência do Banco e lhe emprestei 200 reais, pois alegava que seu cartão estava desmagnetizado e me devolveria o dinheiro ao chegar em Teresina. Geraldo era o nome deste sujeito malandro que escondia sua má índole por trás de sua terceira idade. Resolveu me pedir mais 200 reais ao chegar em Teresina, pois o cartão doutro banco também não estava funcionando. Hesitei, mas quando ele me entregou um envelope com mais de vinte mil reais em cheques para entregar à sua esposa ao chegar em Fortaleza, resolvi ampliar seu crédito. Foram-se quatrocentos reais emprestados a um estranho que se dizia conhecido e amigo de meus amigos. Que farsa dele e quanto ingenuidade e presteza gratuita aquela minha. Na realidade eu estava vivenciando meu momento de abestado e tolo. Todos nós já passamos por tolos um dia e este foi meu dia. Quando entrei no avião, parecia que tinha acordado do tolo momento. Sentei ao lado de uma amiga que vinha de Brasília no mesmo vôo e me disse:  Luiz, abre o envelope! Tu fostes enganado! E ainda disse: - Não, não vou abrir correspondências dos outros. Vou entregar os cheques à sua esposa. No outro dia, já em Fortaleza, quando fui atrás da esposa do meliante, descobri que era sua ex-mulher e logo ela me passou a ficha suja do velho estelionatário. Nada havia dentro do envelope a não ser várias folhas em branco de um caderno espiral . Enraivecido, consegui descobrir o endereço da mãe do elemento que ficava na Rua Tereza Cristina. Ameacei denunciar à Polícia  e sua irmã ainda me ressarciu metade do empréstimo. É muito ruim ser enganado e ainda mais daquela forma......Passei vários meses a ser zombado pelos tios com o seguinte jargão: Luiz Filho, sou o Geraaallldoo, me empresta 400 reais que te pago depois.!!! Aprendizado!! Esta foi minha rubrica para contabilizar este prejuízo mais de raiva do que de cunho pecuniário.

Em 1995 no retorno de um congresso, fizemos um pouso forçado no aeroporto de Florianópolis após mais de 1 hora de turbulências entre Foz e Floripa. Foram muitos gritos e vômitos pelo hall da aeronave, caíram máscaras, gente gritava. Uma turbina havia se ido. Olhava para o amigo ao lado e o via rezando, olhava para frente e via outro chorando. Rezei e pensei....acho que sou muito novo para isto. Enfim chegamos em Florianópolis. Todos desembarcaram naquele aeroporto. Somente eu e mais cinco amigos prosseguimos viagem até Fortaleza. Passamos por mais uma prova de ar. Graças a Deus!

Costumava ir por ferryboat  de São Luís até Pinheiro na baixada maranhense, terra natal do velho Sarney. Foi ali que presenciei o maior número de urubus por metro quadrado de céu. Um solitário e adormecido vira-latas estava de boca aberta, talvez exalando mal hálito quando um monte de urubus quis içá-lo como uma carniça abandonada. O pobre do cachorro acordou desesperando gritando "caiimm, caiiimm" pelas ruas de Pinheiro. Os populares não contiveram a gargalhada daquele sinistro momento canino.
Na foto abaixo, tanque vazio na imensidão do sul do Maranhão, próximo à cidade de Balsas. E agora como conseguiria gasolina?


Certa vez em Barra do Corda-MA fiquei hospedado numa pousada de um macumbeiro. Acordei por volta de 2 da manhã assustado com uns lamentos e tambores. Deitado, entreolhei a porta do quarto e observei  a luz do poste brilhando pelos combogós e refletindo pontualmente o crucifixo fixo na parede, parecendo movê-lo num assombroso balançar. Foi o bastante para sair em disparada até a portaria e dali só sair com o nascer do sol.... Puxa vida, o que diabos estou fazendo por aqui??!!

Em 2006 estava na Rua Grande no centro de São Luís inspecionando uma coberta do prédio maior do banco. Pisei numa telha má posicionada e despenquei lá de cima. Torci meu braço e tive várias escoriações. Mas livrei-me do pior: fiquei preso a um cabo elétrico que estava isolado de seus 380 volts, mas que me segurou de uma altura de 10 metros. Susto em mim e no pessoal que me acompanhava pois não me viam entre a coberta e o forro. Pronto!: todos achavam que o pior tinha acontecido pois passei minutos em silêncio.

Mas em tantas e tantas viagens e tantos e tantos fatos pitorescos, houve muito aprendizado, conheci muitas pessoas boas e más, generosas e ambiciosas, apoiadoras e nem tanto e foi como este vai-e-vem que passei a admirar coisas simples da vida.

O tempo é o relógio de nosso Pai e é com os ponteiros da paciência, humildade, sabedoria e solidariedade que deveremos prosseguir em nossa caminhada.

Luiz Lopes Filho, 07 de janeiro de 2015.