quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Made in Reriutaba



Made in Reriutaba

Quando vejo aproximarem-se os tempos de eleição, antecipo-me sobre os fatos que se repetirão no dia-a-dia de uma cidade pobre do sertão nordestino. Compra de votos, promessas, intrigas, pseudo-amizades, calúnia... e tudo mais que se puder utilizar de ferramentas para se galgar os poderes executivo e legislativo municipais.

Não me refiro unicamente à minha cidade, mas a quase todas as cidades brasileiras e, em especial, àquelas que dependem praticamente de tudo do poder público, principalmente de empregos.

Todos querem participar da folha de pagamentos do município. A prefeitura já fragilizada por poucas verbas, vê-se no amor materno de ceder uma vaga de emprego a um munícipe, em detrimento das melhorias comuns, seja na infraestrutura, seja na saúde, seja na educação.

Para isto, tem-se uma solução: a sustentabilidade econômica do município por sua vocação agropecuária ou industrial. Tem que se oferecer incentivos fiscais para que a iniciativa privada e as instituições de fomento instalem indústrias nestas cidades. Assim, o governo municipal irá administrar sua cidade sem o peso da folha de pagamentos e com uma população menos pobre, com maior geração de empregos e renda.

Antigamente víamos caminhões a caminho de Sobral, transportando cera-de-carnaúba, castanhas-de-caju, oiticica, algodão e chapéus de palha. Hoje, estes caminhões fazem o percurso inverso: trazem até ovos de granja para as pequenas cidades. Quase nada se produz, quase tudo que se consome vem dos grandes centros.

Um amigo meu aqui em Fortaleza, mostrou-me um velho rótulo de um produto “Made in Reriutaba”, dizendo-me: - Rapaz, não sabia que Reriutaba possuía indústrias...olha aí um produto genuinamente reriutabense!!! Comecei a rir!....


Um dia espero que isto aconteça: indústrias de calçados, beneficiamento de frutas e o que se puder instalar em prol do desenvolvimento de nossa cidade.

Luiz Lopes Filho,
Fortaleza-CE, 06/12/2011

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