domingo, 18 de setembro de 2011

Vieirinha

Vieirinha
Outra partida que nos deixou muito tristes, foi a do Vieirinha. Pessoa simpática, filho de Seu Valdemar Vieira, irmão do nosso amigo Eli.  Era uma pessoa muito ligada à sua mãe, Dona Filizola. Tanto é que o acompanhou! Deus lhes acolha com a mesma alegria que o Vieirinha sempre estampou em seu rosto!
Vieirinha era a primeira pessoa que me encontrava quando chegava em Reriutaba. Logo que descia do carro, coincidentemente ele passava pela calçada da casa de meus pais.
- Dotô, tudo bem? Chegando agora? Vai passar o final de semana? Rapaz, aqui tá animado, vai ter festa no Clube do Airton, vai ter festa no Oitizeiro! Tem muita gente de fora!
- Dotô, e aproveitando, vamos tomar uma cervejinha?
Gostava de me mostrar uma camisa que havia lhe dado. – Olha aí, dotô, como ficou bonita! Só visto em dia de festa!
Gostava do Vieirinha, seja pela simplicidade, pela simpatia, pela alegria sempre presente em seu coração.
Vou sentir falta do Vieirinha! Reriutaba também!
Fortaleza, 16/09/11
Luiz Lopes Filho

Gerardim

Nosso amigo Gerardo Lopes foi chamado ao Senhor. Conhecido como Gerardim Doido, era uma pessoa de bom coração, desprovido de qualquer maldade.
Sua história conheço desde criança, quando ele dizia:
- Zequinha, eu fui motorista de expresso (ônibus)  no Rio de Janeiro por muitos anos. Teve um dia, Zequinha, que fui desviar de um caminhão, e aí o ônibus virou. Consegui salvar 200 mulheres e 100 homens.
Gostava também de dizer que tinha um padrinho na Serra Grande e que o mesmo havia lhe deixado de herança todo o rebanho da novela “O Rei do Gado”; como também a Rede Ferroviária com todos os trens que passava em Reriutaba, além dos Correios e do Banco do Brasil. E as pessoas incitavam-no: - Gerardim, vai varrer a calçada do Banco senão fulano vai tomar de ti! E o Gerardim acreditava!
Estas eram as prozas que houvíamos contar desde que corríamos as calçadas de Reriutaba brincando de carrimã, papagaio, bila ou de bandeira.
Dizem que o Gerardim levou naquele acidente uma pancada na cabeça e ficou daquele jeito. Chamávamos de doido. Mas o que nos leva a chamar uma pessoa que nunca fez maldade a alguém desta forma? O Gerardo Lopes tinha uma mania de se preocupar com todo mundo, dizendo:
-Zequinha, cuidado com o batente para tu num topar;
- Zequinha, cuidado com este buraco que pode ter uma cobra;
-Zequinha, cuidado para não se machucar.
Talvez fosse apenas um anjo da guarda tentando nos proteger. Esta será a melhor forma de nos lembrarmos do nosso Gerardo Lopes!